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Atendente da Defesa Civil, que está sem salário há cinco meses, é voluntário, diz Prefeitura de Jundiaí

Publicado em: 15/06/2025 Autor/fonte: Jesus dos Santos
Atendente da Defesa Civil, que está sem salário há cinco meses, é voluntário, diz Prefeitura de Jundiaí
O prefeito Gustavo Martinelli (foto) participou, nesta sexta-feira (13), da celebração dos 48 anos de criação da Defesa Civil em Jundiaí. O destaque de sua fala no evento ficou por conta do aumento do quadro de servidores efetivos da área, que foi de 100%. Na realidade, esse percentual é um pouco maior, já que na Defesa Civil também está um servidor nomeado em cargo de comissão, mesmo com sua lotação na Unidade de Segurança Municipal

Jesus dos Santos

O Grande Jundiaí publicou, na semana passada, que um atendente da Defesa Civil trabalha, há cinco meses, sem registro, sem salários e sem benefícios. Diz a reportagem que ele aguarda sua nomeação em cargo de comissão, ou o contrato com alguma empresa terceirizada para a prestação de seus serviços.

Por ocasião da produção dessa matéria, na semana passada, a Prefeitura de Jundiaí não atendeu ao pedido da reportagem e, assim, não se manifestou sobre o caso.

Na tarde desta sexta-feira (13), no entanto, e agora por ocasião de outra solicitação também envolvendo a Defesa Civil, a Prefeitura de Jundiaí, por meio de sua assessoria de imprensa, acabou se referindo ao atendente, dizendo que ele é voluntário.

“Quanto ao atendente mencionado, esclarecemos que ele atua como voluntário, com contrato de voluntariado formalizado, conforme previsto em lei”, disse a Prefeitura de Jundiaí ao Grande Jundiaí.

Firme no compromisso de bem informar a população de Jundiaí e região sobre fatos e atos do serviço público, o Grande Jundiaí tentou falar novamente com o atendente da Defesa Civil. Não conseguiu, por mais insistência que houvesse.

A reportagem buscava, principalmente, saber se esse contrato de voluntariado fora celebrado antes ou após a publicação do Grande Jundiaí narrando os fatos apurados.

Desistindo do contato com o atendente, a reportagem procurou pelo menos um servidor da Defesa Civil, que confirmou que ele (atendente) sempre reclamou da situação em que se encontrava, ou seja, sem registro, sem salários e sem benefícios.

“Nesses primeiros cinco meses do novo governo, ouvi por várias vezes o atendente reclamando dessa situação, dessa demora para receber ou a nomeação em cargo em comissão ou que uma das terceirizadas da Prefeitura de Jundiaí o contratasse para que ele pudesse continuar trabalhando. Nunca ouvi ele dizer sobre voluntariado”, disse o servidor, que preferiu não se identificar, temendo represálias.

E o servidor procurado pela reportagem continua esclarecendo sobre o trabalho do atendente.

“Olha, isso não me parece nada de voluntariado. Ele (atendente) trabalhou aqui até dezembro do ano passado com contrato pela terceirizada. Continuou com a entrada do governo Martinelli, mas sem registro. Como disse, já ouvi dele mesmo sobre sua espera pela nomeação em cargo de comissão ou contrato com terceirizada. Na Defesa Civil ele cumpre horário de entrada, de saída para o almoço, de volta do almoço e de saída ao final da jornada, inclusive as noturnas.

O servidor complementa suas explicações e opiniões sobre a situação do atendente.

“Quando ele está à noite sozinho, das 18h00 às 06h00, é ele o responsável pela Defesa Civil. Tudo bem que, dependendo da emergência ele vai acionar, primeiro o coordenador da área, depois outros órgãos, se necessário. Mas, é ele quem cuida de tudo isso. E pra mim isso não é voluntariado. Aliás, pra mim, isso também nem pode ser trabalho de cargo em comissão ou de terceirizado. Esse trabalho tem de ser feito por servidor efetivo”, avaliou o servidor procurado.

ENTREVISTA

O Grande Jundiaí recebeu com estranheza a informação da Prefeitura de Jundiaí sobre o contrato de voluntariado do atendente da Defesa Civil.

Isso porque, por ocasião da entrevista para a reportagem, o atendente foi bastante enfático e resignado em dizer, inclusive, que é o culpado por tudo o que está ocorrendo (a demora na nomeação).

“Mas, olha! Eu sou o culpado por tudo isso. Eu aceitei. Quando terminou o governo de Luiz Fernando Machado, terminou também meu contrato com a terceirizada pela qual eu estava contratado para ficar aqui. E com o novo governo Martinelli, me pediram para ficar, pelo menos, no período da chuva e que logo iriam resolver sobre minha nomeação ou contrato. A última informação que recebi do coordenador da área foi a de que a Beta Clean (empresa terceirizada) iria me chamar logo e que eu esperasse mais um pouco. Mas, já se passaram esses cinco meses e nada foi cumprido. E eles não vão me dar nada, não! Por isso, no próximo dia 30, eu vou embora e não volto mais”, afirmou ele com muita ênfase e convicção, há dez dias em entrevista ao Grande Jundiaí.

NOTA DO GRANDE JUNDIAÍ

A entrevista foi feita por ligação telefônica ao número 199 da Defesa Civil, onde o atendente estava trabalhando. Todas as ligações ao 199 são gravadas, cujos arquivos ficam em poder da Prefeitura de Jundiaí.

VEREADOR

Cinco dias depois da publicação da matéria sobre o atendente, o vereador Henrique do Cardume (PSOL), no uso da tribuna na sessão ordinária da Câmara Municipal de Jundiaí da semana passada, manifestou seu dever de fiscal do Poder Executivo.

Ele anunciou que pedirá à Prefeitura de Jundiaí informações sobre o caso.

 “Temos aqui duas notícias, publicadas no final da semana passada e que a gente vai fazer pedido oficial de informações à Prefeitura de Jundiaí sobre elas. Nossa expectativa era a de que a prefeitura já tivesse enviado aqui para esta Casa essas informações. Até porque, precisamos conhecer os dois lados, antes de qualquer julgamento. E esse é o jeito ético de se fazer política” disse Henrique na tribuna.

“Então, como não vieram essas informações que a gente esperava, vou protocolar dois pedidos junto ao Executivo: um dá conta de um servidor da Defesa Civil, que nesses últimos cinco meses do ano, tem trabalhado sem registro, sem salário e com a promessa de nomeação em cargo comissionado, o que seria uma notícia grave. E nosso papel é fiscalizar, quando há algum indício. O segundo protocolo será sobre a nomeação que a Prefeitura de Jundiaí fez de dois assessores como chefes do mesmo setor”, completou o vereador na tribuna.

CELEBRAÇÃO

Na manhã desta sexta-feira (13) a Defesa Civil de Jundiaí celebrou seus 48 anos de criação.

O evento ocorreu no auditório do UniAnchieta, na Vila Jundiainópolis e contou com a presença do prefeito Gustavo Martinelli (UNIÃO), dentre outras autoridades.

“Vivemos uma nova fase da Defesa Civil de Jundiaí, com destaque para o aumento do efetivo, que subiu 100%, de 8 para 16 funcionários. Estamos também em busca de novos equipamentos junto ao Governo do Estado, inclusive veículos. Estamos dando todo o suporte para que a Defesa Civil continue desenvolvendo esse trabalho de excelência, que é salvar vidas”, afirmou Martinelli.

Na realidade, esse percentual de 100% citado pelo prefeito é um pouco maior. Além dos 16 servidores citados, há mais um, o assessor de políticas governamentais, que embora esteja nomeado na Unidade de Gestão de Segurança Municipal, fica na Defesa Civil.

Durante o evento da celebração dos 48 anos, o atendente envolvido na reportagem da Defesa Civil foi um dos homenageados que receberam medalhas.

Gisela Fávaro, filha do ex-prefeito Pedro Fávaro, também foi homenageada. Fávaro foi o responsável pela criação da Defesa Civil em Jundiaí.

Coronel Araújo Monteiro, que representou o Governo do Estado, em seu discurso no evento, ressaltou a relevância da Defesa Civil de Jundiaí no contexto estadual. Foto: Fotógrafos PMJ

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