Jesus dos Santos
Ex-candidatos a vereador de Jundiaí pelo partido União Brasil procuraram o Grande Jundiaí para reclamar da situação em que se encontram, depois de terminadas as últimas eleições municipais. “Estamos inelegíveis”, disseram.
Eles reclamaram que constataram junto à Justiça Eleitoral que, dos 20 candidatos do partido, somente dois estão com a prestação de contas em dia: Juninho Adilson, líder do governo na Câmara Municipal e Edicarlos Vieira, eleito presidente do Legislativo jundiaiense.
O presidente do União Brasil Jundiaí, Gustavo Martinelli, que se elegeu prefeito, enviou nota ao Grande Jundiaí, na noite desta quarta-feira (25).
Ele esclarece que, “em relação à situação envolvendo a prestação de contas de ex-candidatos nas últimas eleições, não houve má-fé, perseguição ou favorecimento. E que o partido está acompanhando de perto a situação e oferecendo o apoio necessário para que tudo seja resolvido o quanto antes”. (Veja íntegra da nota ao final).
O vereador Juninho Adilson disse, também na noite desta quarta-feira (25), que “não teve ressalva nenhuma em sua prestação de contas à Justiça Eleitoral”.
Disse também que “não foram somente ele e o vereador Edicarlos (Vieira) a obterem aprovação nas contas”.
Já o presidente da Câmara Municipal, vereador Edicarlos Vieira não retornou o contato com a reportagem.
“Tem ex-candidato que já está avaliando entrar com processo por danos morais contra o partido e também tomar outras providências”, disse um dos ex-candidatos que preferiu não se identificar, assim como os outros.
“O que ocorreu foi o seguinte: Dos 20 candidatos do União Brasil, somente dois deles, o Juninho e o Edicarlos, que foram eleitos, é que estão com as contas em ordem na Justiça Eleitoral. Aliás, os dois tiveram as contas aprovadas, mas com ressalvas. Todos os outros candidatos que não foram eleitos estão lá com prestação de contas irregular e os processos já transitaram em julgado, o que significa que estamos inelegíveis para as próximas eleições de 2026 e 2028”, explicou um outro ex-candidato.
Mas, ainda de acordo com os ex-candidatos a inelegibilidade pode se estender por até oito anos, considerando cada caso analisado.
“Em princípio todos esses 18 ex-candidatos já estão inelegíveis, porque o partido, ou seu representante, não entregou no cartório a declaração final da prestação de contas. E essa declaração precisava ter ido para o processo. Era obrigatória para finalizar a prestação de contas. E exatamente essa declaração é que não foi. Então, aquele que, a partir de agora, contratar advogado e regularizar a situação vai ficar inelegível por quatro anos, porque como eu disse, os processos já transitaram em julgado. Aquele (ex-candidato) que não regularizar vai pegar mais quatro anos, totalizando oito. São quatro anos por não ter prestado as contas e mais quatro por entregar fora do prazo. Foi o que me disseram no cartório”, destacou.
Os ex-candidatos também comentaram que o União e outros partidos da coligação deixaram de apresentar a declaração final, mas não as dos ex-candidatos com privilégios.
“Esposa de presidente de outro partido, que não quero citar o nome, por exemplo, não se elegeu, mas está com suas contas regulares na Justiça. Uma pessoa que também não se elegeu e está em cargo de comissão na Prefeitura, está com as contas aprovadas. E têm mais casos com esse privilégio”, comparou.
“E veja que qualquer ex-candidato que está nessa situação poderia processar o União Brasil e quem responde pelo partido é o Gustavo (Martinelli), não é?
UNIÃO BRASIL
O presidente do partido União Brasil e prefeito de Jundiaí, Gustavo Martinelli, enviou, na noite desta quarta-feira (25), nota de esclarecimento ao Grande Jundiaí.
Leia a íntegra da nota:
Em relação à situação envolvendo a prestação de contas de ex-candidatos nas últimas eleições, esclarecemos que o partido, por meio de sua executiva municipal, sempre ofereceu suporte e orientação aos seus filiados, dentro dos prazos e das possibilidades legais.
O que ocorreu, em alguns casos, foi a ausência no sistema de documentos obrigatórios dentro do prazo estabelecido. Não houve má-fé, perseguição ou favorecimento. A situação está sendo tratada com a devida responsabilidade, e os advogados já estão tomando todas as providências necessárias para regularizar os registros junto à Justiça Eleitoral.
O União Brasil reitera o compromisso com a legalidade, a transparência e o respeito a todos os filiados. Estamos acompanhando de perto a situação e oferecendo o apoio necessário para que tudo seja resolvido o quanto antes.